Respondendo ao islã

 O outro deus do Islã

[Parte 2]

Analisando a deificação de Mohamed implícita no Alcorão

  

Apesar da posição explícita e enfática do Alcorão de que Mohamed foi um fraco mortal, testificando sua fragilidade, falibilidade e pecaminosidade (veja Parte 1), há outros versos que criam o fundamento para a posterior deificação de Mohamed. O Alcorão faz certas afirmações e atribui qualidades específicas a Mohamed que os Muçulmanos destacaram com o propósito de justificar sua devoção e adoração.

Por exemplo, uma aparente simples e inofensiva passagem como a seguinte, diz que Mohamed foi o primeiro Muçulmano:

Dize: “Por certo, minha oração e meu culto e minha vida e minha morte são de Allah, O Senhor dos mundos. Ele não tem parceiro. E isso me foi ordenado, e eu sou o primeiro dos Moslimes.” S. 6:162-163

Ela deu o fundamento para Muçulmanos posteriores crerem que Muhamed foi, na verdade, o primeiro profeta criado:

Allah disse: “E eu tenho te tomado para Mim como meu amado e amigo íntimo (habiban wa khalila).” O narrador disse: Está escrito na Torá: Habibullah “Amado de Allah.”
Eu o envio para todas as pessoas, sem exceção, um transmissor de feliz notícias e admoestador.
Eu ampliei teu peito para ti e aliviei-te de sua carga e exaltei seu nome de modo que eu não sou mencionado a menos que você seja mencionado Comigo.
Eu fiz da sua comunidade a melhor Comunidade que nunca havia surgido para benefício da humanidade.
Em verdade, eu fiz da sua Comunidade a primeira e a última de todas as Comunidades.
Publiquei o endereço não permissível (al-khutba) à sua Comunidade a menos que eles primeiramente testemunhassem que você é Meu servo e Mensageiro.
Estabeleci certas pessoas em sua Comunidade com Boas-Novas para os corações.
Eu te fiz o primeiro Profeta criado e o último enviado e o primeiro a ser ouvido em Meu tribunal.
Eu te concedi Sete das Freqüente-Repetições, as quais eu não as dei a nenhum Profeta antes de você.
Eu te concedi os últimos versos da Sura al-Baqara que constituem um tesouro sob Meu Trono, os quais eu não concedi e nenhum outro Profeta antes de ti.
Eu te concedi o Kawthar.
Eu te concedi oito porções: Islam, Imigração (al-hijra), Jihad, Caridade (al-sadaqa), o Jejum do Ramada, Ordens para o Bem e proibição do Mal; e no dia em que criei os céus e a terra Eu fiz obrigatórias a ti e à sua Comunidade cinqüenta que oram: Por esta razão estabeleço-os, tu e sua comunidade. (Al-Sayyid Muhammad Ibn ‘Alawi al-Maliki, Islamic Doctrines & Beliefs: The Prophets in Barzakh, The Hadith of Isra’ and Mi’raj, The Immense Merits of Al-Sham, The Vision of Allah, tradução e notas por Dr. Gibril Fouad Haddad [As-Sunna Foundation of America, 1999, Segunda Edição], pg. 88-90; ênfases em negrito e sublinhados são nossos)

Como veremos depois, outros Muçulmanos viram a narrativa acima como confiável.

O Alcorão também afirma que o propósito das orações de Allá, seu anjos e dos crentes não é outro que não seja Mohamed:

Por certo, Allah e Seus anjos oram pelo Profeta. Ó vós que credes! Orai por ele e saudai-o, permanentemente; por certo, aos que molestam a Allah e a Seu Mensageiro, Allah amaldiçoa-os na vida terrena e na Derradeira Vida, e preparou-lhes aviltante castigo. S. 33:56-57

A citação acima torna muito claro que Mohamed é o centro das atenções de todos, incluindo a de Allá!

Allá exalta e expande a fama de Mohamed:

E, à noite, então, reza com ele, à guisa de oração suplementar para ti. Quiçá, teu Senhor te ascenda a uma louvável proeminência. S. 17:79

Não te dilatamos o peito? E não te depusemos o fardo, que te vergava as costas? E não te elevamos a fama? S. 94:1-4

O escritor Sunita, G. F. Haddad comenta sobre a última passagem:

“E não te elevamos a fama?” (94:4) Mujahid disse: “Significa, cada vez que eu (Allá) sou mencionado, tu (Mohamed) é mencionado.” Ibn Kathir isso em sua Tafsir. Al-Shafi’i narrou o mesmo esclarecimento de Ibn Najih e o mesmo fez Ibn ‘Ata’as citado por al-Nabahani em al-Anwar al-Muhammadiyya min al-Mawahib al-Laduniyya (p. 379). Al-Baydawi disse em sua Tafsir: “E que grande exaltação é ter seu nome associado o Nome dEle em duas frases que testemunham, e ter submissão a si equivalente à submissão dEle?” (Fonte: The Prophetic Title “Best of Creation”; edições online: http://www.livingislam.org/n/bc_e.html)

Teremos mais a dizer sobre isso nas próximas seções.

O Alcorão ensina que Allá saiu de seu lugar para agradar a Mohamed:

E, em verdade, teu Senhor dar-te-á graças, e disso te agradarás. S.93:5

E, assim, fizemos de vós uma comunidade mediana, para que sejais testemunhas dos homens e para que o Mensageiro seja testemunha de vós. E não fizemos a direção, para a qual tu, Muhammad, estavas virado, senão para saber distinguir quem segue o Mensageiro de quem torna atrás, virando os calcanhares. E, por certo, essa mudança é penosa, exceto para aqueles a quem Allah guia. E não é admissível que Allah vos faça perder as recompensas da Fé. Por certo, Allah, para com os homens, é Compassivo, Miresicordiador. Com efeito, vemos o revirar de tua face para o céu. Então, Nós voltar-te-emos, em verdade, para uma direção, que te agrade. Volta, pois, a face rumo à Mesquita Sagrada. E onde quer que estejais, voltai as faces para o seu rumo. E, por certo, aqueles, aos quais fora concedido o Livro, sabem que isso é a verdade de seu Senhor. E Allah não está desatento ao que fazem. S.2:143-144

Allá foi tão longe com o propósito de garantir certos privilégios a Mohamed que alguns deles até foram proibidos a outras pessoas, como por exemplo ter mais do que quatro esposas ou tomar a esposa de seu filho adotivo em casamento:

E lembra-te, Muhammad, de quando disseste a quem Allah agraciou e tu agraciaste: “Retém tua mulher contigo, e teme a Allah”, enquanto escondias em teu âmago o que Allah te estava mostrando, e receavas os homens, enquanto Allah é mais Digno de que O receies. Então, quando Zaid satisfez seu desejo de estar com ela, fizemo-te com ela casar, para que não houvesse, sobre os crentes, constrangimento em relação às mulheres de seus filhos adotivos, quando estes satisfazem seu desejo de estar com elas. E a ordem de Allah deve ser cumprida. S. 33:37

Ó Profeta! Por certo, tornamos lícitas, para ti, tuas mulheres, às quais concedeste seus prêmios; e as escravas que possuís, entre as que Allah te outorgou, em espólio; e as filhas de teu tio paterno e as filhas de tuas tias paternas, e as filhas de teu tio materno e as filhas de tuas tinas maternas, que emigraram contigo; e toda mulher crente, caso dadive o Profeta com si mesma, se o Profeta deseja desposá-la, sendo-te isto privilégio, com exclusão dos demais crentes – com efeito, sabemos o que lhes preceituamos em relação a suas mulheres e às escravas que possuem – para que não haja constrangimento sobre ti. E Allah é perdoador, Misericordiador. S. 33:50

Podes preterir a quem quiseres, entre elas, e aconchegar a ti a quem quiseres. E, se buscas uma, entre as que afastaste, não haverá culpa sobre ti. Isso é mais adequado, para que se lhes refresquem os olhos de alegria e não se entristeçam elas, e se agradem todas do que lhes concedes. E Allah sabe o que há em vossos corações. E Allah é Onisciente, Clemente. S. 33:51

De acordo com a Hadice, este verso foi revelado para satisfazer os desejos sexuais de Mohamed, permitindo-o dormir com qualquer mulher que se oferecesse a ele:

Narrou Aisha:
Me pus a olhar sobre aquelas que davam-se a si próprias ao Apóstolo de Allah e disse, “Uma moça pode dar a si própria (a um homem)?” Mas quando Allah revelou: “Tu (Oh, Muhammad) podes preterir a vez de qualquer uma delas (suas esposas), e podes receber qualquer uma delas quando desejar; e não há culpa em ti se convidares uma a qual você pôs de lado (temporariamente).” (33.51) Eu disse (ao Profeta). “Sinto que seu Senhor se apressa em cumprir seus desejos e vontades.” (Sahih al-Bukhari, Volume 6, Livro 60, Número 311: http://www.usc.edu/dept/MSA/fundamentals/hadithsunnah/bukhari/060.sbt.html#006.060.311)

A’isha (que Allah seja favorável a ela) relatou: Eu senti ciúmes das mulheres que ofereciam a si mesmas ao Mensageiro de Allah (que a paz seja sobre ele) e disse: A mulher não se sente envergonhada por oferecer a si mesma a um homem? Então, quando Allah, o Exaltado e Glorioso, revelou isso: “Podes adiar uma das mulheres que desejas, e tomar para si qualquer uma que desejardes; e se desejardes alguma das que você ignorou (nenhum pecado será credito a ti)” (xxxiii. 51), Eu (‘A´isha) disse: Me parece que seu Senhor se apressa em satisfazer seus desejos. (Sahih Muslim, Livro 008, Número 3452: http://www.usc.edu/dept/MSA/fundamentals/hadithsunnah/muslim/008.smt.html#008.3453)

Hisham relatou sob a autoridade de seu pai que ‘Aisha (que Allah seja favorável a ela) disse: A mulher não se sente constrangida de oferecer si própria a um homem? Então Allah, o Exaltado e Glorioso, revelou este verso:”Você pode preterir qualquer uma delas que quiser e pode tomar para si qualquer uma que desejardes.”Eu (‘Aisha disse): Parece-me que seu Senhor se apressa em satisfazer seus desejos. (Sahih Muslim, Livro 008, Número 3454: http://www.usc.edu/dept/MSA/fundamentals/hadithsunnah/muslim/008.smt#008.3454)

Allá também repreende as pessoas por ficarem tempo demais nas casas de Mohamed, ou por desejarem se casar com suas viúvas após ele falecer:

Ó vós que credes! Não entreis nas casas do profeta – a menos que vo-lo seja permitido – para uma refeição, sem esperardes por seu tempo de preparo; mas, se sois convocados, entrai; então, quando vos houverdes alimentado, espalhai-vos, e não vos recreando em conversações. Por certo, isso molesta o Profeta, e, ele se peja de ter de fazer-vos sair. E Allah não Se peja da verdade. E, se lhes perguntais por algo, perguntai-lhes, por trás de um véu. Isso é mais puro para vossos corações e os corações delas. E não é admissível que molesteis o Mensageiro de Allah nem esposeis jamais suas mulheres, depois dele. Por certo, isso, perante Allah, é formidável pecado.S. 33:53

O Alcorão também vai mais longe ao tornar a salvação inteiramente dependente da obediência e devoção a Mohamed:

Dize: “Se amais a Allah, segui-me, Allah vos amará e vos perdoará os delitos.” E Allah é Perdoador, Misericordiador. S. 3:31

Allah promete aos que dentre vós, crêem e fazem as boas obras que os fará suceder, na terra, como fez suceder aos que foram antes deles, e que lhes fortalecerá a religião, de que Se agrada, no tocante a eles, e que lhes trocará segurança, após seu medo. Eles Me adorarão, nada Me associarão. E quem renega a Fé, depois disso, esses são os perversos. E cumpri a oração e concedei az-zakah, a ajuda caridosa, e obedecei ao Mensageiro, na esperança de obterdes misericórdia. S. 24:55-56

O Alcorão também assevera que o próprio Mohamed tem a autoridade para declarar o que é permitido e o que é proibido, i.e. realizar halal e haram. Isso já vou sugerido em alguns versos acima, mas aqui está muito mais explícito:

Combatei os que não crêem em Allah nem no Derradeiro Dia, e não proíbem o que Allah e Seu Mensageiro proibiram, e não professam a verdadeira religião; combatei-os até que pagem al-jizyah, com as próprias mãos enquanto humilhados. 9:29

Então, por teu Senhor! Não crerão; até que te tomem por árbitros das dissensões entre eles, em seguida, não encontrem, em si mesmos, constrangimento no que (TU) julgaste, e até que se submetam, completamente. S. 4:65

E o que de seus espólios Allah fez chegar a Seu Mensageiro, sem combate, vós, para isso, não estimulastes nem cavalos nem camelos; mas Allah dá a Seus Mensageiros dominação sobre que Ele quer. E Allah, sobre todas as cousas, é Onipotente. E o que dos espólios dos habitantes das aldeias Allah fez chegar, sem combate, a Seu Mensageiro, é de Allah, e do Mensageiro, e dos parentes deste, e dos órfãos e dos necessitados, e do filho do caminho, para que isso não seja alternado entre os ricos dos vossos. E o que o Mensageiro vos conceder, tomai-o; e o de vos coibir, abstende-vos dele. E temei a Allah. Por certo, Allah é Veemente na punição. S. 59:6-7

Sendo assim, o Alcorão estabelece que um aspecto da obediência a Allah é obedecer o que Mohamed ordena e evitar o que ele proíbe. Somente então as pessoas são verdadeiros crentes, se eles se submeterem inteiramente a ele, Mohamed (4:65). Foi combinado com uma ameaça que Allah retribuirá severamente aqueles que “não aceitam o que Mohamed os dá, ou que se mantém distantes dos que ele os proíbe.” (59:7; 9:29)

O que deixam tudo isso ainda mais intrigante é o que Mohamed teve a dizer a respeito da exegese da seguinte citação:

E os judeus dizem: “Uzair é filho de Allah.” E os Cristãos dizem: “O Messias é filho de Allah.” Esse é o dito de suas bocas. Imitam o dito dos que, antes, renegaram a Fé. Que Allah os aniquile! Como se distanciam da Verdade. Tomam seus rabinos e seus monges por senhores, além de Allah, e, assim também, ao Messias, filho de Maria. E não se lhes ordenou senão adorarem um Deus Único. Não existe deus senão Ele. Glorificado seja Ele, acima do que idolatram. S. 9:30-31

Sobre 9:31, Ibn Kathir fez nota que Mohamed supostamente disse que o modo pelo qual os Judeus e Cristãos divinizaram seus rabinos e monges foi dando a eles completa submissão e obediência:

<Tomam seus rabinos e seus monges por senhores, além de Allah, e, assim também, ao Messias, filho de Maria> [9.31].

Imam Ahmad, At-Tirmidhi e Ibn Jarir Al-Tabari registraram uma Hadice através de uma diversificada cadeia de narrativas, de ‘Adi bin Hatim, que Allah seja favorável a ele, que veio a ser Cristão durante o tempo da Jahiliyyah. Quando o chamado do Mensageiro de Allah chegou àquela área, ‘Adi fugiu a Ash-Sham, e sua irmã e diversas pessoas do povo foram capturadas. O Mensageiro de Allah libertou sua irmã e a deu presentes. Então, ela foi a seu irmão e o encorajou a se tornar Muçulmano e a ir ao Mensageiro de Allah. ‘Adi, que foi um dos chefes de seu povo (a tribo de Tai’) e o pai, At-Ta’i, cujo foi conhecido por sua generosidade, foi a Al-Madinah. Quando o povo anunciou sua chegada, ‘Adi foi ao Mensageiro de Allah com uma cruz de prata em volta de seu pescoço. O Mensageiro de Allah receitou esta Ayah;

<Eles tomam seus rabinos e seus monges para serem seus senhores, além de Allah>.

‘Adi comentou, “Eu disse, ‘Eles não os adoram’.” O Profeta disse,

((Sim, eles adoram. Seus (rabinos e monges) proibiram o permitido a eles (Cristãos e Judeus) e permitiram o proibido, e eles os obedeceram. É assim que eles os adoram.)) ...

<Eles tomam seus rabinos e seus monges para serem seus senhores, além de Allah...>

que os Cristãos e Judeus obedeceram seus monges e rabinos no que quer que seja que eles permitiram ou proibiram... (Tafsir Ibn Kathir (Abridged), Surata Al-A’raf até o fim da Sura Yunus, resumida por um grupo de estudiosos sob a supervisão de Shaykh Safiur Rahman Al-Mubarakpuri [Darussalam Publishers & Distributors, Riyadh, Houston, Nova Iorque, Londres, Lahore; Primeira Edição: Maio de 2000], volume 4, página 4, pp.409-410; edição online: http://tafsir.com/default.asp?sid=9&tid=20998; ênfases em negrito são minhas)

E ainda Mohamed não tinha problemas em demandar este mesmo tipo de obediência cega e submissão de seus próprios seguidores! Se submeter-se inquestionavelmente aos caprichos e ordens dos rabinos e monges é um ato de deificação, um ato de adoração, então, os Muçulmanos estão adorando e divinizando Mohamed por se submeterem a da mesmíssima forma; mesmo que façam isso sob uma ordem expressa dele. Ainda pior, segundo Mohamed, eles estão verdadeiramente fazendo isso pelas ordens expressas de Allá, o que significa que é Allá quem manda que os Muçulmanos deifiquem e adorem a Mohamed!

Nota: Em lugar algum da Bíblia encontramos mandamento para obedecermos rabinos ou monges, e nem mesmo profetas do modo que o Alcorão ordena obediência a Mohamed. O Alcorão vai muito além de qualquer coisa encontrada nas Escrituras Judaicas e Cristãs.

Para evitar qualquer equívoco, deixe-nos enfatizar novamente: Nossa crítica não é que o Alcorão contém uma ordem para obedecerem a um profeta de Deus. Todas as religiões valorizam os princípios de obediência a autoridades tanto civis quanto espirituais. As religiões não promovem anarquia, mas procuram estabelecer uma ordem na sociedade, e, necessariamente, é preciso haver obediência àqueles que estão em posição de autoridade. A Bíblia exorta os crentes a serem obedientes às leis dos governos (Romanos 13), mesmo que ela seja um governo pagão, e ela ordena que sigam seus líderes espirituais prontamente (Hebreus 13:17), para que não haja dificuldades deles cumprirem com suas obrigações. Entretanto, este obediência às autoridades humanas, e também às espirituais, são sempre condicionais (Atos 5:29), nunca absolutas. O ponto nessa discussão toda é que no Alcorão Mohamed é posto no mesmo nível que Allá, i.e., as próprias palavras de Mohamed (fora do Alcorão) devem ser obedecidas exatamente como as palavras de Allá (no Alcorão). O destino eterno dos crentes está condicionado em se eles obedecem o mensageiro em tudo. Este é o aspecto que constitui uma deificação, e, consequentemente, é uma blasfêmia.

Há uma outra observação muito importante a ser feita. Preste atenção às palavras da primeira metade da Sura 59:6-7, que já foi citada acima. Ela não diz “o que Allá concedeu ao Mensageiro.”, i.e., dando a Mohamed o que devidamente pertence a Deus (e que Ele pode certamente dar a quem Ele quiser). Mais propriamente, a passagem usa duas vezes a palavra RESTAUREI, i.e., as coisas devidamente pertenciam a Mohamed em primeiro lugar. (Nota adicional do tradutor: as versões do Alcorão em português que foram pesquisadas não apresentam o sentido de ‘restauração’. A tradução de NASR apresenta ‘o que Allah fez chegar’. Na realidade, essa tradução parece tentar maquiar o sentido do texto, pois altera-se muito o sentido o que é lido. E afim de que nenhuma dúvida seja levantada sobre o sentido correto da tradução, note que os maiores tradutores traduzem algo no sentido de ‘restaurar’, ‘devolver’: http://www.islamawakened.com/Quran/59/6/default.htm. A tradução ‘fazer chegar’ é um modo maldoso de desespecificar algo evidente.) Aqui os exércitos Muçulmanos estão conquistando cidades estrangeiras e países e o Alcorão diz que esta é uma ação ou um processo de “restaurar a Mohamed” o que devidamente pertence a ele, Mohamed, não a Allá. Esta é uma blasfêmia incrível, particularmente quando comparamos com o conceito Bíblico expresso nessas passagens:

Também a terra não se venderá em perpetuidade, porque a terra é minha; pois vós sois estrangeiros e peregrinos comigo. Levítico 25:23

Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam. Porque ele a fundou sobre os mares e a firmou sobre os rios. Salmo 24:1-2

Teus são os céus e tua é a terra; o mundo e a sua plenitude, tu os fundaste. Salmo 89:11

E, agora, eu entreguei todas estas terras nas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilônia, meu servo, e até os animais do campo lhe dei, para que o sirvam. Jeremias 27:6

Tu, ó rei, és rei de reis, pois o Deus dos céus te tem dado o reino, e o poder, e a força, e a majestade. E, onde quer que habitem filhos de homens, animais do campo e aves do céu, ele tos entregou na tua mão e fez que dominasses sobre todos eles; tu és a cabeça de ouro. Daniel 2:37-38

Esta é a interpretação, ó rei; e este é o decreto do Altíssimo, que virá sobre o rei, meu senhor: serás tirado de entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo, e te farão comer erva como os bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-ão sete tempos por cima de ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer. E, quanto ao que foi dito, que deixassem o tronco com as raízes da árvore, o teu reino voltará para ti, depois que tiveres conhecido que o céu reina. Daniel 4:24-26

Retornando ao nosso exame das passagens do Alcorão, notamos que os dados apresentados não estão totalmente explícitos. As passagens anteriores não deificam Mohamed no sentido de aplicar a palavra deus ou divino a ele. No entanto, temos visto claramente que a posição de autoridade de Mohamed é, de fato, a mesma que Allá, i.e., um crente tem a obrigação de obedecer a Mohamed exatamente tal como tem a obrigação de obedecer a Allá. No mínimo essas passagens certamente estabeleceram a base para que os Muçulmanos antigos pudessem construir sua veneração a Mohamed, fazendo com que eles ficassem obcecados por seu profeta, o que os levou a transformá-lo num tipo de deus.

De fato há uma referência muito mais explícita que vai muito além de apenas implicitamente deificar Mohamed:

Para que vós creiais em Allah e em Seu Mensageiro, e o ampareis e o reverencieis. E para que O glorifiqueis, ao alvorecer e ao entardecer. S. 48:9

Neste texto, a pessoa a quem o texto se refere não é Allah, mas sim Mohamed. Em outras palavras, este texto está escrito que Mohamed é o reverenciado e louvado, bem como o glorificado!

O recente escritor Cristão ‘Abdallah ‘Abd al-Fadi escreve:

“Esta frase está interrompida por conta de uma mudança repentina de endereçamento de Mohamed para o povo. Aparte disso, o pronome acusativo em ‘o auxilieis e o reverencieis’ refere-se, sem dúvida alguma, a Mohamed, o qual foi mencionado antes, e não Deus como a tradução em inglês dá a entender. Mas, ‘o glorifiqueis’ refere-se a Deus. O verso inteiro é caótico. Não se pode esperar que o leitor entenda que este é o verdadeiro arranjo das palavras. É kufr (‘desacreditado’) dizer que ‘o socorreis e o reverencieis. E para que O glorifiqueis, ao alvorecer e ao entardecer’ refere-se a Mohamed, já que a glória deveria ser dada apenas a Deus. Também é kufr fazer tal afirmação referente a Deus já que o Deus Todo-Poderoso não tem necessidade de socorro ou ajuda!” (Is the Qur’na Infallible? [Light of Life, PO Box 13, A-9503 Villach, Áustria], pg. 182 – 183)

G.F. Haddad reconhece a confusão e admite que alguns, senão muitos, Muçulmanos não hesitam em atribuir todos os pronomes a Mohamed:

“Para que vós creiais em Allah e em Seu Mensageiro, e o/O ampareis e o/O reverencieis. E pra que o/O glorifiqueis, ao alvorecer e ao entardecer” (48:9). Al-Nawadi disse que os estudiosos comentaristas do Alcorão têm dados dois segmentos de explicação a este verso, um grupo dando os três pronomes pessoais “O” a uma única pessoa em referência, a saber, seja Allah (“O”)  OU O PROFETA (“o”); o outro grupo distingue entre duas referências, a saber, o Profeta (SAWS) para os primeiros dois pronomes (“honrar e reverenciá-lo”), e Allah para o último pronome (“glorificá-lO”). Aqueles do primeiro grupo que dizem que TODOS OS PRONOMES REFEREM-SE AO PROFETA (SAWS) explicaram que “glorificá-lo” (tusubbihuhu) aqui significa: “declará-lo privado de atributos inapropriados e rezar por ele.” (The Prophetic Title “Best of Creation”: http://www.masud.co.uk/ISLAM/misc/best.htm; ênfases em negrito e em maiúsculas são nossas)

Outro verso também diz que Allá conferirá a Mohamed um estado de glória e louvor:

E, à noite, então, reza com ele, à guisa de oração suplementar para ti. Quiçá, teu Senhor te ascenda a uma louvável preeminência. S. 17:79 – NASR

E durante uma parte da noite, ore a Tahajjuh além do que é de sua incumbência; pode ser que seu Senhor te elevará a uma posição de grande glória. Shakir

As narrativas estabelecem que a Mohamed serão conferidas estas posições no último dia:

Narrou ‘Abdullah bin ‘Umar
O Profeta disse, “Um homem continua perguntando aos outros sobre algo até que venha sobre ele o Dia da Ressurreição sem que haja nenhum pedaço de carne em seu rosto.” O Profeta adicionou: “No Dia da Ressurreição, o Sol se aproximará (das pessoas) a distância tal que o suor alcançará o meio das orelhas, então, quando todo o povo estiver naquele estado, eles pedirão ajuda a Adão, e então a Moisés, e então a Muhammad (que a paz seja sobre ele).” O sub-narrador adicionou “Muhammad intercederá com Allah para julgar o povo. Ele continuará até que terá em posse as argolas da porta (do Paraíso) e, então, Allah o exaltará a Maqam Mahmud (o privilégio de intercessão, etc). E todo o povo do ajuntamento endereçará suas orações a Allah. (Sahih Bukhari, Volume 2, Livro 24, Número 553: http://www.usc.edu/dept/MSA/fundamentals/hadithsunnah/bukhari/024.sbt.html#002.024.553)

O que isto basicamente sugere é que Allá fará com que todos busquem a intercessão de Mohamed de modo tal que ele virá a ser objeto de louvor e glória a todo o povo!

Deste modo o Alcorão claramente fornece dados que levam os Muçulmanos a tornar Mohamed uma figura semi-divina. Isto se tornará mais evidente nos próximos artigos onde veremos como os Muçulmanos citam dessas mesmas passagens para defenderem sua obsessão e amor extremo por Mohamed.

Nota: Devemos apontar que a S. 17:19 não diz expressamente que será concedido a Mohamed um estado de louvor, já que o texto deixa um espaço para dúvida:

E, à noite, então, reza com ele, à guisa de oração suplementar para ti. QUIÇÁ, teu Senhor te ascenda a uma louvável preeminência.

Então, que o leitor perceba que o texto diz que PODE SER que Mohamed receba essa honra, implicando que não está certo que ele definitivamente receberá. Não obstante, a hadice que mencionamos anteriormente diz que Allá assegurará esse estado mesmo embora que isso traga outros problemas, tendo em vista que há outras narrativas que negam que Mohamed intercederá por seus seguidores. 

Continue com a Parte 3

Continue com a Parte 2


This article is a translation of "The Deification of Muhammad" - original

Este artigo é uma tradução de "The Deification of Muhammad" - original


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Palavras-chave

Mohamed, Maomé, Muhamed, Mohammed, Islã, Islam, Alcorão, Al-Corão, Quran, Korão, Al-Korão, hadith, hadice, sharia, tafsir, islamismo.

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